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Foto do escritorJessica Christy Nutricionista

Nutrição e saúde sexual da comunidade LGBTQI+

Atualizado: 4 de jul. de 2024

No mês do Orgulho LGBTQI+, é fundamental abordarmos temas relacionados à saúde e bem-estar desta comunidade. A nutrição e a saúde sexual são aspectos cruciais para o desenvolvimento integral e o empoderamento dos indivíduos LGBTQI+.


Neste texto, exploraremos questões importantes como a prevenção e o manejo de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a manutenção da saúde íntima e da higiene, bem como tópicos complementares que envolvem a nutrição, a imagem corporal, o acesso a serviços de saúde e o papel dos profissionais de saúde.


Ao longo das próximas seções, serão apresentadas dicas práticas e orientações específicas para a comunidade LGBTQI+, com o objetivo de promover uma abordagem holística e inclusiva em relação à saúde e ao bem-estar deste grupo. Juntos, celebremos o Orgulho LGBTQI+ e construamos uma sociedade mais justa, equitativa e acolhedora para todas as identidades e orientações sexuais.


1. Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST):


Importância da nutrição na prevenção e manejo de IST comuns na comunidade LGBTQI+:

- Dica diária: Inclua alimentos ricos em vitaminas A, C e E, como vegetais de folhas verdes, frutas cítricas e óleos vegetais, para apoiar a função imunológica.

- Consuma regularmente fontes de zinco, como carnes magras, peixes, leguminosas e sementes, que são essenciais para a prevenção de IST.

- Mantenha um padrão alimentar saudável e equilibrado, com carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis, para fortalecer o sistema imunológico.


Papel dos micronutrientes na função imunológica e redução do risco de IST:

- Dica diária: Procure diversificar a ingestão de vegetais, frutas, grãos integrais, laticínios e proteínas magras para obter uma ampla gama de micronutrientes.

- Considere a suplementação de vitaminas A, C, E, zinco e selénio, se necessário, após avaliação do seu profissional de saúde.

- Mantenha-se hidratado, pois a desidratação pode prejudicar a função imunológica.


Orientações nutricionais para pessoas vivendo com HIV/SIDA:

- Dica diária: Priorize uma alimentação rica em nutrientes, com ênfase em proteínas magras, frutas, vegetais e grãos integrais.

- Consulte um nutricionista especializado para obter orientações sobre suplementação e interações medicamentosas.

- Mantenha uma rotina alimentar regular, com refeições menores e mais frequentes, para facilitar a absorção de nutrientes.


Promoção da saúde sexual por meio de uma alimentação equilibrada e saudável:

- Dica diária: Inclua alimentos ricos em ácidos gordos ômega-3, como peixes, nozes e sementes, pois eles têm propriedades anti-inflamatórias.

- Consuma probióticos, como iogurte natural, kefir e alimentos fermentados, para manter a saúde do trato genital.

- Mantenha uma hidratação adequada, pois a desidratação pode afetar a saúde do trato urogenital.


Lembre-se de que estas dicas devem ser adaptadas de acordo com as necessidades e condições individuais. O acompanhamento de profissionais de saúde especialistas é essencial

para um manejo eficaz das IST na comunidade LGBTQI+.


2. Saúde Íntima e Higiene:


Importância da higiene íntima e cuidados específicos para a comunidade LGBTQI+:

- Dica diária: Mantenha a região íntima limpa e seca, utilizando sabonetes neutros e suaves.

- Após a atividade sexual, limpe a região íntima com água morna e sabão neutro para prevenir infeções.

- Evite o uso de produtos com fragrâncias, corantes ou conservantes, pois podem irritar a pele e mucosas.


Papel da nutrição na saúde do trato urinário e reprodutivo, incluindo prevenção de infeções:

- Dica diária: Beba, no mínimo, 1,5 a 2 litros de água por dia para manter uma boa hidratação e saúde do trato urinário.

- Consuma 25 a 30 gramas de fibra dietética por dia, proveniente de frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas, para prevenir infeções.

- Inclua alimentos ricos em probióticos, como iogurte natural, kefir e vegetais fermentados, para apoiar a saúde da microbiota íntima.


Orientações sobre a ingestão de líquidos, fibras e probióticos para uma saúde íntima ideal:

- Dica diária: Beba, no mínimo, 1,5 a 2 litros de água por dia.

- Consuma 25 a 30 gramas de fibra dietética por dia.

- Inclua 1 a 2 porções de alimentos probióticos, como iogurte natural ou kefir, no seu dia a dia.


Cuidados com a pele e mucosas íntimas, como a prevenção de irritações e inflamações:

- Dica diária: Evite o uso de produtos de higiene íntima com fragrâncias, corantes ou conservantes.

- Prefira roupas íntimas de tecidos naturais, como algodão, para permitir a respiração da região.

- Mantenha a pele e mucosas hidratadas, consumindo ácidos gordos ómega-3 e omega-6 em quantidades equilibradas.


Recomendações sobre produtos de higiene íntima seguros e livres de substâncias nocivas:

- Dica diária: Opte por produtos de higiene íntima dermatologicamente testados e com certificação de segurança.

- Evite o uso de produtos com parabenos, ftalatos, triclosan e outras substâncias potencialmente prejudiciais.

- Procure por itens com ingredientes naturais e hipoalergénicos, especialmente se tiver pele sensível.


Lembre-se de que estas dicas e quantidades devem ser adaptadas de acordo com as necessidades e condições individuais. O acompanhamento de profissionais de saúde especializados é essencial para manter uma boa saúde íntima e prevenir irritações.


3. Tópicos Complementares:


Nutrição e função sexual: o impacto de nutrientes como arginina, L-citrulina, zinco e antioxidantes.

- Dica diária: Consuma 500-1000 mg de arginina por dia, proveniente de alimentos como nozes, sementes, carnes e laticínios.

- Ingira 500-1000 mg de L-citrulina, que pode ser encontrada em melancia, abóbora e legumes.

- Inclua 8-11 mg de zinco diariamente, através de alimentos como ostras, carnes, ovos e leguminosas.

- Priorize uma dieta rica em antioxidantes, como frutas, vegetais, chás e chocolate amargo.


Relação entre a imagem corporal, autoestima e saúde sexual na comunidade LGBTQI+.

- Dica diária: Cultive uma visão positiva e amorosa em relação ao seu corpo, independentemente da sua aparência.

- Pratique exercícios físicos que lhe tragam prazer e bem-estar, fortalecendo sua autoestima.

- Mantenha uma alimentação saudável e equilibrada, evitando dietas restritivas que prejudiquem sua imagem e saúde.


Acesso a informações e serviços de saúde sexual inclusivos e livres de preconceitos.

- Dica diária: Pesquise e identifique profissionais de saúde e serviços que sejam LGBTQI+ afirmativos e inclusivos.

- Utilize recursos online confiáveis para se informar sobre saúde sexual da comunidade LGBTQI+.

- Participe de grupos de apoio e atividades da comunidade para se sentir acolhido e empoderado.


Papel dos profissionais de saúde na abordagem sensível e informada sobre estas questões.

- Dica diária: Busque profissionais de saúde que demonstrem compreensão e respeito à sua identidade e orientação sexual.

- Sinta-se à vontade para compartilhar suas dúvidas e preocupações relacionadas à saúde sexual.

- Exija que os profissionais mantenham uma abordagem livre de preconceitos e discriminação.


Desafios e necessidades específicas de grupos LGBTQI+ com interseccionalidades (raça, classe, deficiência, etc.).

- Dica diária: Esteja atento aos desafios adicionais enfrentados por pessoas LGBTQI+ que também pertencem a outros grupos marginalizados.

- Busque organizações e serviços que ofereçam apoio e atendimento especializado para essas interseccionalidades.

- Participe de atividades e comunidades que promovam a inclusão e a justiça social para todos os grupos LGBTQI+.


Lembre-se de que estas dicas e quantidades devem ser adaptadas de acordo com as necessidades e condições individuais. O acesso a informações confiáveis e a profissionais de saúde sensíveis e inclusivos é fundamental para a saúde sexual da comunidade LGBTQI+.

Conclusão:


A abordagem da nutrição e saúde sexual da comunidade LGBTQI+ é fundamental para promover o bem-estar integral deste grupo, que enfrenta desafios específicos e necessidades particulares. Através de uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais, e de uma higiene íntima adequada, é possível fortalecer o sistema imunológico, prevenir infeções sexualmente transmissíveis e manter a saúde do trato urinário e reprodutivo.


Além disso, é crucial que a comunidade LGBTQI+ tenha acesso a informações confiáveis e a serviços de saúde sexual que sejam inclusivos e livres de preconceitos. Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial ao adotar uma abordagem sensível e informada sobre estas questões, respeitando a identidade e orientação sexual de cada indivíduo.


É importante destacar também os desafios enfrentados por grupos LGBTQI+ que sofrem com interseccionalidades, como raça, classe social e deficiência. Esses indivíduos enfrentam barreiras adicionais no acesso à saúde e bem-estar, sendo fundamental a criação de serviços e comunidades que promovam a inclusão e a justiça social.


Em suma, a integração da nutrição e da saúde sexual na abordagem da comunidade LGBTQI+ é fundamental para alcançar um nível ótimo de saúde e qualidade de vida. Através de ações concretas e de uma perspectiva holística, é possível empoderar e apoiar este grupo em suas necessidades específicas, promovendo seu pleno desenvolvimento e inclusão na sociedade.


REFERÊNCIAS

1. World Health Organization (WHO). (2021). Nutrition and HIV/AIDS. Recuperado de https://www.who.int/teams/nutrition-and-food-safety/micronutrients/nutrition-and-hiv-aids


2. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2020). Guia de cuidados de saúde para pessoas LGBTQI+. Recuperado de https://iris.paho.org/handle/10665.2/51504


3. Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. (2019). Nutrition and HIV/AIDS. Recuperado de https://aidsinfo.nih.gov/understanding-hiv-aids/fact-sheets/22/64/nutrition-and-hiv-aids


4. The Fenway Institute. (2016). Providing Inclusive Services and Care for LGBT People. Recuperado de https://fenwayhealth.org/wp-content/uploads/The-Fenway-Guide-to-LGBT-Health.pdf


5. Ministério da Saúde do Brasil. (2018). Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde LGBTI. Recuperado de https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/promocao-da-saude/saude-lgbti


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2. Müller, A. (2017). Scrambling for access: availability, accessibility, acceptability and quality of healthcare for lesbian, gay, bisexual and transgender people in South Africa. BMC International Health and Human Rights, 17(1), 16. https://doi.org/10.1186/s12914-017-0124-4


3. Poteat, T., German, D., & Kerrigan, D. (2013). Managing uncertainty: a grounded theory of stigma in transgender health care encounters. Social Science & Medicine, 84, 22–29. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2013.02.019


4. Reisner, S. L., Poteat, T., Keatley, J., Cabral, M., Mothopeng, T., Dunham, E., ... & Baral, S. D. (2016). Global health burden and needs of transgender populations: a review. The Lancet, 388(10042), 412-436. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00684-X


5. Stroumsa, D. (2014). The state of transgender health care: policy, law, and medical frameworks. American Journal of Public Health, 104(3), e31-e38. https://doi.org/10.2105/AJPH.2013.301789


Estas referências abordam diversos aspectos relacionados à nutrição, saúde sexual e inclusão da comunidade LGBTQI+ nos serviços de saúde. Elas podem ser consultadas para aprofundar o conhecimento sobre este importante tema.



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